Dois grandes saltos no envelhecimento e como isso pode mudar sua forma de se cuidar

Quando pensamos em envelhecimento, é comum imaginar um processo gradual e constante, que se desenrola ao longo dos anos. No entanto, o que a ciência tem mostrado é que esse caminho não é tão linear quanto parece. 

Na verdade, o nosso corpo passa por dois grandes saltos no envelhecimento, momentos em que ocorrem mudanças profundas no metabolismo e nos níveis de inflamação — com impactos significativos na saúde da pele, do corpo e da mente.

Esses marcos costumam acontecer por volta dos 44 anos e novamente por volta dos 60 anos. Entender o que ocorre nesses períodos é essencial para fazer escolhas mais conscientes e preparar-se de forma mais estratégica para envelhecer com qualidade de vida.

Confira mais detalhes nesta explicação que preparei!

O primeiro salto: por volta dos 44 anos

Por volta dos 44 anos, muitas pessoas começam a perceber que a energia já não é a mesma de antes. Ganhar peso se torna mais fácil, a disposição física diminui e a pele começa a apresentar sinais mais visíveis de envelhecimento, como flacidez, rugas mais profundas e alterações na textura.

O que está acontecendo no corpo?

Esse primeiro salto está diretamente ligado a uma queda nos hormônios, tanto em homens quanto em mulheres. No organismo feminino, é o início da transição para a menopausa (a chamada perimenopausa), um período de grande oscilação hormonal, especialmente nos níveis de estrogênio. No masculino, começa a queda gradual da testosterona.

Essas mudanças afetam o metabolismo, provocam um aumento na inflamação sistêmica e diminuem a capacidade de regeneração celular. Como consequência, a pele perde colágeno mais rapidamente, fica mais fina, ressecada e sensível. Além disso, a composição corporal muda: há uma tendência ao acúmulo de gordura visceral e à perda de massa muscular.

Como cuidar da pele (e da saúde) nessa fase do envelhecimento?

A boa notícia é que, ao compreender essas mudanças, é possível adotar hábitos e tratamentos que retardam os efeitos do envelhecimento. Algumas estratégias importantes são:

  • Alimentação anti-inflamatória: priorize alimentos naturais, ricos em antioxidantes, como frutas vermelhas, vegetais verdes escuros, azeite de oliva e peixes ricos em ômega-3. Evite açúcar refinado, álcool em excesso e alimentos ultraprocessados;
  • Atividade física regular: ajuda a manter o metabolismo ativo, controlar o peso, preservar a massa muscular e melhorar o humor;
  • Skincare focado em estímulo de colágeno: incluir ativos como retinol, peptídeos e antioxidantes (como a vitamina C) pode ajudar a minimizar os sinais da perda de firmeza e luminosidade;
  • Tratamentos dermatológicos preventivos: lasers, bioestimuladores de colágeno e tecnologias de radiofrequência podem ser aliados importantes para manter a pele firme e saudável;
  • Atenção à saúde emocional: alterações hormonais podem impactar o humor, o sono e a autoestima. Cuidar da saúde mental é parte fundamental do autocuidado.

O segundo salto do envelhecimento: por volta dos 60 anos

O segundo grande salto costuma ocorrer em torno dos 60 anos. É quando os efeitos do envelhecimento se tornam mais evidentes — não apenas na pele, mas em todo o organismo. A vitalidade já não é a mesma, os reflexos diminuem, os ossos ficam mais frágeis, a memória pode falhar e doenças crônicas tendem a aparecer ou se agravar.

O que está acontecendo no corpo?

Nessa fase, o corpo enfrenta um processo chamado de inflammaging, ou seja, um envelhecimento associado ao aumento crônico e silencioso da inflamação no organismo. A regeneração celular torna-se ainda mais lenta, o sistema imunológico enfraquece e os níveis de colágeno continuam a cair.

Na pele, isso se traduz em rugas mais profundas, manchas, perda acentuada de elasticidade e maior dificuldade de cicatrização. A hidratação natural também diminui, tornando a pele mais seca e sensível. Além disso, alterações neurológicas e metabólicas impactam diretamente na qualidade de vida.

Como se cuidar?

O foco aqui deve estar tanto na prevenção quanto na qualidade do envelhecer. Veja algumas recomendações:

  • Rotina de cuidados intensivos com a pele: hidratantes potentes, ativos reparadores e calmantes, uso diário de protetor solar e foco na manutenção da integridade da barreira cutânea;
  • Tratamentos dermatológicos personalizados: técnicas menos agressivas, mas eficazes, como ultrassom microfocado, radiofrequência fracionada e injetáveis adequados à idade;
  • Suplementação orientada: colágeno, antioxidantes e vitaminas, quando bem indicados, podem complementar os cuidados tópicos e fortalecer o organismo;
  • Sono e cognição: priorize a qualidade do sono e estimule a mente com leitura, aprendizado e socialização — o cérebro também precisa de exercícios;
  • Check-ups regulares: nessa fase, o acompanhamento médico deve ser ainda mais próximo e multidisciplinar, para prevenir ou tratar doenças com mais eficácia.

Envelhecimento com consciência é o melhor antídoto

Os dois grandes saltos no envelhecimento mostram que não basta apenas cuidar da aparência — é preciso olhar para o corpo como um todo. Cada fase da vida exige estratégias diferentes, e quanto antes entendermos essas transições, melhor podemos nos preparar para enfrentá-las com saúde, autoestima e bem-estar.

A pele é o espelho da nossa saúde interna, e mudanças no metabolismo, na alimentação, nos hormônios e nos hábitos de vida deixam marcas visíveis ao longo do tempo. Mas o envelhecimento não precisa ser sinônimo de declínio. Ele pode ser uma fase rica em aprendizado, presença e autocuidado.

Então, caso você esteja chegando aos 40, 50, 60 ou já passou dessas fases, saiba: nunca é tarde para cuidar de você. Entender os marcos biológicos do envelhecimento é o primeiro passo para viver essa jornada com mais consciência, planejamento e beleza — por dentro e por fora.

Quer ajuda para adaptar sua rotina de cuidados à sua fase da vida? Converse com sua dermatologista de confiança. O acompanhamento profissional faz toda a diferença para manter sua pele saudável e luminosa em qualquer idade.